As principais operadoras de telefonia do país – Claro, Vivo e TIM – estão investindo cada vez mais em energia solar e outras fontes renováveis para abastecer suas operações. A transição energética no setor de telecom tem ganhado força com a adoção de usinas próprias, contratos no Mercado Livre de Energia e programas de eficiência energética.
Movidas por metas ambientais e pela busca por redução de custos operacionais, essas empresas estão transformando suas matrizes energéticas e contribuindo para a descarbonização da economia brasileira.
Com a expansão da cobertura 5G e o aumento no consumo de dados, o setor a a demandar ainda mais energia, o que torna o uso de fontes limpas não apenas uma estratégia sustentável, mas também econômica.
Ao Canal Solar, as companhias divulgaram detalhes de suas políticas de descarbonização e seus planos para o futuro. As iniciativas vão desde a instalação de usinas solares em todo o país até o incentivo ao uso consciente de energia por parte de colaboradores.
Esses movimentos mostram como o setor de telecom está se tornando um importante aliado na agenda climática nacional. Confira abaixo como cada uma das companhias têm atuado junto ao setor de energias renováveis.
Claro conta com mais de 100 usinas renováveis
A Claro informou que atingiu nesta semana a marca de 109 usinas renováveis em operação no Brasil – sendo 96 plantas solares, com expectativa de atingir 100 unidades no segundo semestre deste ano por meio do programa Energia da Claro.
Nesta segunda-feira (9), a empresa inaugurou uma usina de energia solar em Guaíba, no interior do Rio Grande do Sul – marcando a retomada de investimentos da companhia na região após os impactos causados pelas enchentes de 2024.
A operadora também conta em seu portfólio com usina biogás, PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e cogeração qualificada. Na Média Tensão, os contratos ocorrem via Mercado Livre de Energia e são somente de fontes incentivadas, onde os fornecedores operam em sua maioria estruturas eólicas.
“Até o final do ano, o objetivo é atingir 80% do consumo energético com fontes renováveis. Desde o início do programa, mais de 450 mil toneladas de CO₂ já foram evitadas. (…) Até o momento, nos oito anos de programa, acrescemos 300 GWh do inicialmente previsto em 2017”, disse Hamilton Silva, diretor de infraestrutura da Claro.
A empresa de telecom também destacou que tem priorizado ações que envolvem o uso de biocombustível em sua frota de veículos e a adoção de IA (inteligência artificial) para otimizar o consumo e a implantação de iniciativas de eficiência energética.
“A ampliação do uso de IA irá intensificar o consumo energético, mas dessa vez em média tensão. Para o ano de 2025, já acrescemos 10% do nosso total contratado. Com as metas de geração istradas, os próximos projetos focam em iniciativas de eficiência energética, como desativação de equipamentos legados, otimização de rede e até free cooling”, revelou Silva.
Vivo mira net zero até 2035
A Vivo informou que foi pioneira no uso de 100% de energia elétrica renovável desde 2018. Hoje, a empresa de telecom mantém 72 usinas de geração distribuída em operação — sendo 71% solares, 21% hídricas e 8% de biogás.
As unidades geram mais de 646 mil MWh/ano, o equivalente ao consumo de 340 mil residências e responsáveis por 35% de seu consumo total de energia da empresa.
Em 2024, a companhia se tornou autoprodutora por meio de quatro usinas solares em Janaúba (MG), totalizando 237 MWp. Com isso, mais de 200 unidades consumidoras de média tensão da operadora aram a ser abastecidas pelo complexo.
A empresa explicou que a medida fez com que 73% do consumo da empresa no Mercado Livre de Energia asse a ser contratado via autoprodução. A meta da Vivo agora é atingir o net zero até 2035.
Além disso, a empresa também comentou que aposta em mobilidade elétrica e economia circular. Para isso, adicionou 200 carros elétricos à sua frota em 2024 e recolheu 37 toneladas de eletrônicos pelo programa “Vivo Recicle” — crescimento de 208% em relação a 2023.
Para o futuro, a Vivo informou que seguirá com o compromisso de manter seu consumo de energia elétrica de fontes renováveis e que continuará oferecendo consultoria para que seus colaboradores realizem inventários, estabeleçam metas e assumam compromissos alinhados à ciência.
A empresa de telecom também salientou que seguirá sendo parceira de acordos e instituições que promovem o consumo limpo e consciente de energia, como RE100 – organização global, liderada pelo Climate Group e CDP, que reúne centenas de empresas comprometidas em utilizar 100% de eletricidade renovável em suas operações até 2050.
TIM produz 65% da energia que consome
A TIM informou que já produz 65% da energia que consome em 130 usinas solares, hídricas e de biogás arrendadas de parceiros, presentes em 23 estados e no Distrito Federal. O projeto de fomento às fontes limpas da empresa nasceu em 2017, com cinco usinas localizadas em Minas Gerais, que abasteciam cerca de 1,2 mil antenas da TIM.
Hoje, a planta total alimenta mais de 20 mil estações, produzindo 427 GWh por ano – o equivalente ao consumo de 237 mil casas populares ou de mais de 700 mil habitantes em uma cidade. “Mais que dobrando o número de usinas que tínhamos em 2022 e estimamos uma economia de R$ 40 milhões somente em 2024”, disse Bruno Gentil, VP de Recursos Corporativos da TIM.
Segundo o profissional, a TIM opera com 100% de energia renovável desde 2021, complementando a produção oriunda das usinas com aquisição no Mercado Livre de Energia e compra de certificados de energia renovável, os chamados I-RECs.
Para os próximos anos, a meta da empresa de telecom é ampliar o número de usinas arrendadas e reduzir a necessidade do consumo de fontes não-renováveis e desses certificados. A operadora também vai focar em inovação, intensificando – por exemplo – o uso de IA em processos como a identificação de inconsistências de consumo e custo de energia.
A TIM conta ainda com o Clube de Energia, programa que oferece aos funcionários economia na conta de luz em troca de consumo de energia limpa. Cerca de 1,5 mil colaboradores da empresa já utilizam o benefício e garantem redução de até 20% nas faturas, como explica Gentil.
“A energia gerada nas usinas parceiras é reada às concessionárias, que realizam a compensação dos créditos nas unidades consumidoras dos funcionários inscritos. Vamos ampliar ainda mais o programa dentro de casa e já estamos chegando ao consumidor final também, por meio de parcerias”, disse ele.
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